Estar sozinha é questão de ponto de vista

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Semana passada fui ao cinema para a estréia de um filme que eu estava muito ansiosa para assistir. Como todos que vão ao cinema, cheguei mais cedo para comprar a entrada e depois a pipoca com refrigerante e aguardei até o horário da sessão começar. Sendo uma boa virginiana sentei na fileira de sempre. Na cadeira mais centralizada possível com a tela.

Tudo ia bem, até que sem perceber comecei a analisar a sala ao meu redor. Na minha frente dois casais dividindo um balde de pipoca. Atrás de mim ao que pude perceber a mãe ajeitava a filha menor na poltrona enquanto o pai abria a latinha de refrigerante do filho maior. Do meu lado, adivinhem só: mais um casal e que por sinal estavam aproveitando os últimos minutos antes do filme começar. Foi aí que eu me toquei de uma coisa.

Eu realmente era a única pessoa sozinha naquela sala?

As propagandas terminaram  e várias perguntas surgiram em minha mente com a mesma velocidade em que a primeira cena surgia na enorme tela. Haviam oito meses que eu não conhecia algum cara. Estava literalmente sozinha mesmo, todo esse tempo enquanto perguntinhas do tipo “ainda solteira?” “porque ainda não te vi com nenhum namoradinho” ou “vai ficar pra titia heim” se tornaram rotina nas festas de família. É incrível, essa pressão pra ter alguém do nosso lado que colocam na gente.

Mas mesmo com toda essa cobrança, tem uma coisa que esses cinco meses me ensinaram: estar sozinha é uma questão de ponto de vista. De nada adianta se entregar totalmente a alguém se você não está totalmente preparado pra isso ou mal conhece essa pessoa. Estar sozinha me mostrou que os relacionamentos anteriores não deram certo pois todo esse tempo, eu procurava alguém que me completasse ao invés de querer ser o “quê” a mais na vida de alguém.

Esta aí, essa foi a maior lição que aprendi intercalado com as viagens ao litoral, festa do pijama com as amigas e noites para terminar a última temporada da minha série favorita. Mesmo sozinha nunca me senti solitária pois além de toda as coisas legais do meu mundo, eu também era e ainda sou suficiente pra mim. Demorei mas aprendi sabe. Quando aprendi a ser amiga de mim mesma eu passei a ficar feliz por todos os casais que eu encontrava na rua e até aqueles no cinema. Passei  de quem olhava com desdém de solitário, à admiração pelas manifestações de amor tão lindas.

Sim eu ainda quero alguém pra ter apelidinhos fofos e pra repousar a cabeça enquanto assistimos juntos ao nosso filme preferido do casal. Mas eu sei que de nada adianta apressar as coisas quando ainda não se está suficientemente preparado. Enquanto solidão e solteira ainda forem palavras associadas. Bem de mim que já entendi muito sobre tudo isso, e o coração está leve e feliz como alguém que conhece um parque de diversão pela primeira vez. E é muito bom hoje estar escrevendo esse texto exatamente sobre esse assunto.

Coração de bem só atrai coisas boas. E é assim que vou levando a vida, a espera de aproveitar cada momento e criar coragem para conhecer coisas novas e lugares que sempre quis conhecer.E aproveitando claro a oportunidade mais linda que o ser humano pode ter.

A oportunidade de ser feliz consigo mesmo sem precisar depender de alguém para sorrir!

 

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